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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE

Na prática clinica diária, uma análise dos índices hematimétricos pode fornecer informações úteis para uma abordagem inicial da anemia. As anemias podem ser classificadas de acordo com a resposta medular diante de estímulos diversos. Essa resposta pode ser representada pela contagem de reticulócitos no sangue periférico e, de acordo com esta contagem, as anemias podem ser classificadas fisiopatologicamente em: hipoproliferativas e hiperproliferativas, sendo a anemia hemolítica autoimune hiperproliferativa, quando a medula óssea apresenta uma capacidade regenerativa normal, espera-se observar uma relação inversa entre as concentrações de hemoglobina e o número de reticulócitos na corrente sanguínea, ou seja, na diminuição da concentração plasmática de hemoglobina, verifica-se elevação na contagem de reticulócito, característica das anemias hiperproliferativas. A anemia hemolítica autoimune pode ser desencadeada por autoanticorpo quentes ou frios. As imunoglobulinas do tipo G (IgGs) reagem melhor à temperatura corpórea normal e são chamadas de anticorpos quentes, e por sua vez as IgMs reagem melhor à temperaturas menores e assim são chamadas de anticorpos frios. As anemias autoimunes, causadas por anticorpos quentes, são as mais frequentes e podem ser primárias (idiopáticas) ou secundárias a uma variedade de fatores desencadeantes, como infecções pelo vírus da hepatite C, AIDS, carcinomas, artrite reumatoide, Lupus Eritematoso Sistêmico, Linfoma de Hodgkin dentre outros. A anemia ocorre primariamente por destruição dos eritrócitos pelos macrófagos presentes principalmente no baço. Como a fagocitose pode ser parcial, pode-se observar uma esferocitose no esfregaço sanguíneo, sendo que essa não é patognomônica para as doenças autoimunes.  Concomitantemente ao esfregaço sanguíneo, observam-se, nesses pacientes, diminuição da haptoglobina e aumento do índice de produção de reticulócito, podendo ainda ocorrer aumento, das bilirrubinas e da atividade de lactato desidrogenase. O teste mais importante para o diagnóstico desse tipo de anemia é o teste de Coombs direto, que está presente em 95% dos casos. As anemias autoimunes causadas por anticorpos frios também são classificas como primárias (idiopáticas) e secundárias, associadas à infecção, como mononucleose infecciosa, citomegalovírus, desordens autoimunes ou desordens linfoproliferativas. Laboratorialmente podem apresentar esfregaços com hemácias aglutinadas e presença de anticorpos anti-I na superfície das hemácias.

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