Olhar Biomédico

menu

sábado, 20 de junho de 2015

PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES (COOMBS, PAINEL DE HEMÁCIAS) E PROVA CRUZADA DOADOR X RECEPTOR



RESUMO:

Os testes Imuno-hematológicos pré-transfusionais asseguraram os melhores resultados dentro do possível de uma transfusão sanguínea e proporcionam a máxima segurança ao paciente e previnem de reações transfusionais hemolíticas. O Teste de Antiglobulina direto tem por finalidade a detecção de anticorpos ou componentes do complemento fixado às hemácias “in vivo” ou “in vitro” enquanto a pesquisa de anticorpos irregulares consiste na aplicação da técnica indireta da antiglobulina visando à triagem dos anticorpos direcionados aos antígenos de grupos sanguineos, excluindo-se o ABO cuja finalidade no Banco de Sangue é determinar a compatibilidade, entre doador e receptor. A identificação dos anticorpos, previamente detectados nos exames e triagem, é realizada através de um painel de 11 hemácias reagentes contra o soro do receptor utilizando o teste de coombs indireto. A prova cruza é outro teste pré-transfusional que tem por objetivo também verificar a compatibiliadade entre o sangue do doador e receptor podendo esse identificar erros nas tipagens ABO do doador e do receptor, anticorpos irregulares clinicamente significantes não detectados na Pesquisa de Anticorpos Irregulares e Anticorpos contra antígenos de baixa frequência presentes nas hemácias do doador. O Ministério do Estado da saúde, portaria nº 2.712 de 2013, confere no inciso II do parágrafo único do art. 87 que o doador implicado em TRALI: doador no qual são encontrados anticorpos anti-HLA classe I ou II ou anti-HNA ou ambos, sendo que este anticorpo deve ter especificidade para um antígeno presente nos leucócitos do receptor ou deve haver uma reação positiva entre o soro do doador e os leucócitos do receptor (prova cruzada positiva).

Palavras-Chave: Transfusão Sanguínea, Testes Imuno-hematológicos, Antiglobulina.

1. Testes pré-transfusionais
Os testes imunhematológicos pré- transfusionais asseguraram os melhores resultados dentro do possível de uma transfusão sanguínea e proporcionam a máxima segurança ao paciente e previnem de reações transfusionais hemolíticas.

Deve ser realizado testes imunohematológicos pré transfusionais segundo o Ministerio da Saude:
·         Tipagem ABO/ Rh
·         Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI)
·         Prova de compatibilidade ( prova cruzada)
·         Reclassificação ABO/Rh do doador e receptor.

2. Teste Antiglobulina Direto

O TDA tem por finalidade a detecção de anticorpos ou componentes do complemento fixados às hemácias “in vivo” ou “in vitro".
Quando o Coombs direto for negativo com a leitura imediata, deixar 15 minutos em temperatura ambiente, centrifugar e ler novamente.
Os resultados negativos deverão ser confirmados adicionando o controle de Coombs, centrifugando e observando a aglutinação:
- controle de Coombs positivo valida o resultado negativo do Coombs direto;
- controle de Coombs negativo invalida a reação e indica que o resultado do Coombs direto é falso-negativo. Neste caso é necessário repetir a técnica.
Os testes positivos devem ser encaminhados para laboratório especializado para realização de estudos. A presença de aglutinação indica que as hemácias podem estar sensibilizadas por anticorpos ou por componentes do complemento. Para se definir a especificidade do anticorpo deve ser aplicado testes de eluição.

3. Teste da Antiglobulina
A pesquisa de anticorpos irregulares consiste na aplicação da técnica indireta da antiglobulina visando a triagem dos anticorpos direcionados aos antígenos de grupos sanguineos, excluindo-se o ABO.
Além disso, é de suma importância na determinação de compatibilidade, entre doador e receptor, em caso de transfusões de sangue e ajuda a confirmar o diagnostico anemia hemolítica.
O resultado é com base em uma observação ao microscópio, de uma reação a aglutinação. Normalmente não existe nenhum tipo de aglutinação.
Quando o teste indica reagente, há presença de anticorpos circulantes, contra os eritrócitos. Ou seja, o sangue do doador não é compatível com a do receptor da possível transfusão. No caso da mulher gestante, com sangue Rh negativo, um teste com titulo reagente alto, significa que o feto pode desenvolver hemolítica do recém nascido, um tipo de anemia muito grave, resultante de uma reação antígenos anticorpos.

4. Painel de Hemácias
Quando as pesquisas de detecção de anticorpos no soro do paciente é positivo, é realizado um processo de identificação do(s) anticorpo(s) detectado(s) através da testagem do soro do paciente contra o painel de antígenos conhecidos, denominados painel de hemácias.
Esses procedimentos permitem que a transfusão seja realizada de maneira segura e que o sangue transfundido seja todo aproveitado pelo paciente.

5. Prova cruzada
A Prova Cruzada é importante porque é através dela que se pode detectar:
- Erros nas tipagens ABO do doador e do receptor;
- Anticorpos irregulares clinicamente significantes não detectados na PAI do receptor;
- Anticorpos contra antígenos de baixa freqüência presentes nas hemácias do doador.
A observação de aglutinação ou hemólise, resultado positivo, indica a presença de anticorpo frio na amostra ou erro de classificação ABO do doador ou receptor.
Um resultado positivo na prova cruzada requer maiores estudos, sendo que o paciente não deverá ser transfundido até que a causa da incompatibilidade tenha sido completamente esclarecida.

6. Reações transfusionais

Afim de evitar o revestimento de eritrócitos  com proteínas de complemento o Teste de Coombs Direto deve ser realizado na amostra pós-transfusional com anticoagulante EDTA. Uma vez que o resultado seja positivo o teste deve ser realizando na amostra pré-transfusional e comparar os resultados.
O resultado poderá ser positivo caso as hemácias imcopatíveis transfundidas estejam ligadas ao anticorpo com o padrão rapidamente destruída, o resultado ainda poderá ser negativo se a amostra for recolhida algumas horas após o evento. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário